Orago
de Vilar de Maçada |
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Freguesia de Vilar
de Maçada |
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É uma das mais importantes freguesias
de Alijó, tanto em termos da actualidade como do passado. A quinze quilómetros da sede de concelho, está situada na margem
esquerda do rio Pinhão. O povoamento pré-histórico de Vilar de Maçada pode ser comprovado através de um castro que deve
ter existido no cume da Senradela e de um outro, ao norte, na chamada Serra Longa. As lápides romanas que surgiram nos mesmos
locais demonstram que aqueles redutos castrejos foram posteriormente romanizados. A lápide mais importante era uma consagração
ao deus Júpiter, culto pagão apresentado através da seguinte inscrição: JOVI. OPTIMO. M. / ALVIS REBVRRVS / REDIDI VOTVM.
Quanto à toponímia, que também nos pode fornecer importantes indicações sobre o povoamento inicial da freguesia, temos
que Cabeda parece ser de origem mineralógica, Canavial é de sentido botânico, Fornos é claramente arqueológico e Moura tem
um significado óbvio. Em relação ao nome da povoação, Vilar de Maçada, provém do facto de ter sido o lugar um núcleo independente
de povoadores na época da fundação da Nacionalidade. Chamava-se, essa villa, Maçada, nome de sentido botânico alusivo à macieira
selvagem. As referências escritas a Vilar de Maçada remontam a 1189. Num documento desse ano, D. Sancho I faz a doação
da parte da freguesia que lhe pertencia a D. Garcia Mendes de Sousa, que já possuía parte dela. Nas Inquirições de 1220, é
citada a freguesia de Sancta Maria de Vilar de Mazada e todos os lugares que lhe pertencem. Caveda, Francelos e Senra seriam
os mais importantes. Estava então integrada na terra de Panóias e era na sua maioria da coroa e da Ordem do Hospital. Certas
passagens deste documento levam-nos a pensar que existiriam aqui, já nesta altura, um rudimento de municipalismo, se bem que
muito primitivo. Mas terá sido aí que começou a definir-se o concelho de Vilar de Maçada. Constituído por duas freguesias,
Vila Verde e Vilar de Maçada, seria extinto apenas em 31 de Dezembro de 1853, data em que a freguesia passou para o concelho
de Alijó. O foral foi dado por D. Afonso III em 2 de Maio de 1253, em Lamas de Orelhão, embora o mesmo deixe algumas dúvidas,
pois não consta da publicação académica de Alexandre Herculano. Nas Inquirições de 1258, Vilar de Maçada aparece anexa
à igreja da freguesia de Tresminas, e assim aparece no século XVIII. Era uma vigairaria colada apresentada pelo reitor daquele,
que lhe dava de renda anual cerca de 50 mil réis e o pé de altar. Passou ainda a reitoria independente antes do fim dos padroados.
Na igreja paroquial desta freguesia, existe uma custódia-cálice do século XVII, semelhante a muitas outras que se encontram
no resto do concelho. O templo é de fundação muito antiga, pois já existia no século XX, pertencendo então a fidalgos. É de
uma só nave, mas é espaçoso e elegante, com altar-mor e quatro laterais, todos em talha dourada. O tecto é em madeira, apainelado,
e com diversas pinturas sagradas a óleo. Tem dois púlpitos e coro. No exterior, torre sineira e um adro fechado. Em redor
do templo, fazia-se uma feira mensal.
Dedico este modesto trabalho - a
título póstumo, infelizmente - a Sua Excelência o Senhor Mário Sampaio e ao seu filho que, infelizmente, também já deixou
de fazer parte do mundo dos vivos. Que Deus dê à Alma de Ambos, o melhor possível.
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